
Pastel Sol é da confraria flamenguista, mas recebe bem a qualquer um
Nas tardes e noites em que há rodada do Brasileirão é comum alguns bares estenderem bandeiras dos clubes para atrair os torcedores. Quem não gosta de torcer pelo seu time entre amigos e tomando uma gelada?
Porém, há um local diferenciado, pois lá existe uma imponente mesa paramentada para reunir a nação rubro-negra e agregados do coração: trata-se do Pastel Sol.
Conheci a pastelaria no século passado, quando ficava na rua Napoleão Dórea. Em 2016 fui morar na Atalaia e logo descobri as novas instalações, agora bem ali no começo da Passarela do Caranguejo.
Em pouco tempo, passei a me sentir hors concours na confraria dos flamenguistas, sempre reunida na mesa do Pastel Sol. Lá vimos o time se fortalecer e enfim, em 2019, ganhar quase tudo - inclusive a Libertadores da América!
Marquinhos, nosso anfitrião; Huguinho, Jô, Valdemir, Cassilda, Gutemberg, Laís… acho que esses foram os primeiros rubro-negros que encontrei por lá. Mas a confraria está sempre se renovando. Agora tem Góis, de vez em quando Nadja Piauitinga e muitas caras novas.
Como a turma é da paz, a mesa do Mengão está sempre aberta para ilustres torcedores de outras agremiações. Os tricolores Ruperto, Katita, Igor Mangueira e Moacir, vez por outra pintam lá. Assim também os vascaínos Alex, Bosco e Ceiça.
Bom: essa gente que torce pra outros times sofre um bocado! Mas, nós estamos sempre lá oferecendo o ombro amigo. Além do mais, a cerveja no ponto e o melhor pastel da cidade são capazes de curar as desventuras do futebol.
O clima de confraternização ao redor da mesa rubro-negra se estende por toda a pastelaria. Além da TV sintonizada nos jogos do “mais querido”, sempre há mais uma ou duas passando outras partidas. Assim, grupos de torcedores de outros times também são acolhidos.
A mesa do Flamengo é tamanho família. Uma obra de arte assinada por Ruperto, o mago da marcenaria, arrodeada por dois bancos da mesma estirpe. Fica posicionada, pasme quem não sabe, exatamente em frente ao piano!
Pode crer: no Pastel Sol tem um piano, aberto aos talentosos no manuseio das teclas. Há também impressões do Cristo e da Madona de Joubert Moraes nas paredes, e isso é só parte da atmosfera artística.
Além da música ao vivo oferecida na pastelaria, quem fica até mais tarde pode ter a sorte de vivenciar preciosas noitadas musicais. O local desfruta de um charme e quando menos se espera é visitado por pérolas da nossa música.
Eu mesmo, estando por lá nas altas horas, já tive a honra de assistir canjas monumentais de Pantera, Patrícia Polayne, Soayan, Joubert Moraes, do gaitista Julinho e por aí vai.
Pois bem, minha meia dúzia de leitoras e leitores, além de um cardápio pra lá de variado, o Pastel Sol oferece todos esses aconchegos que não me esforcei pra descrever, entre os quais, a mesa do Flamengo!
Certamente existem outras mesas como essa pelo Brasil afora. Com os próprios olhos, só tive a oportunidade de apreciar duas: uma no primeiro andar da Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro, com uma plaquinha informando que foi frequentada pelo escritor paraibano José Lins do Rego, e a nossa aqui no Pastel Sol.
Pra quem ainda não foi lá e não tem habilidade para pesquisar nos aplicativos de celular, não tem erro. A pastelaria fica bem em frente à estátua do caranguejo gigante, na passarela que leva o nome do crustáceo. Quem em Aracaju não conhece o famoso Caranguejão?
Se você é flamenguista e quiser participar dessa animada confraria, é só aparecer por lá em dia e hora de jogo. Melhor ainda se estiver vestindo o manto rubro-negro!
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