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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Ana Alves nem era investigada. Pagou pato por se meter onde não devia
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Ana Alves: rotina comum e normal no Prefem

A prisão da jornalista Ana Alves, filha da senadora Maria do Carmo e do ex-governador João Alves Filho, pegou meio mundo de Sergipe de surpresa nesta sexta-feira.

De surpresa, porque a Operação Caça-Fantasmas do Ministério Público Estadual, decorrente da Operação Anti-Desmonte, deflagrada no final de 2016, quando da saída de João Alves Filho da Prefeitura de Aracaju, e que pediu a prisão dela, não a tinha no foco da investigação.

Ana Alves não entrava no radar. Ela não foi gestora na gestão do pai. Ela não é acusada de nada errado no desastroso governo de João Alves na Prefeitura de Aracaju. Não está, ou estava, sendo investigada. Era, e talvez o seja, uma carta fora do baralho.

Mas, embora a operação seja sigilosa, e o responsável por ela, promotor Jarbas Adelino Filho, por isso nada fale à imprensa, sabe-se que Ana estava metendo o dedo no cenário das investigações, manipulando testemunhas. Obstruindo o trabalho investigativo do Ministério Público. Isso é grave, e deu na preventiva dela.

Veja que Ana Alves foi detida antes da deflagração da ação penal decorrente da Operação Anti-Desmonte. Dentro de 15 dias, o MP deve produzir formalmente a denúncia e aí vai ser publicado tudo o que foi produzido - quando, inclusive, aparecerão as vísceras dos atos que deram na prisão desta sexta.

Sim, a prisão dela, decorrente daí, a compromete, mas nem tanto. Diferentemente do irmão João Alves Neto, sobre ela não há o peso de uma Operação Navalha, onde houve constatação de desvio de dinheiro público. Não há peso algum.

Mas estes atenuantes não aliviam a dor dos pais. A senadora Maria do Carmo, em pleno domínio de suas faculdades afetivas, sofreu um baque nesta sexta ao ser informada da notícia. Logo ela, que já sofreu pela ocorrência do caçula.

Desde antes das 14h desta sexta-feira, Ana Alves já se encontrava recolhida ao Prefem - Presídio Feminino - da Secretaria de Justiça do Estado de Sergipe, situado em Nossa Senhora do Socorro, ao lado do Cadeão.

Segundo a Assessoria de Comunicação Social da Sejuc, Ana teria chegado ali “bem”, na versão da diretora do Prefem, Andrea Andrade. “Na medida do possível, para quem está presa, ela chegou tranquila, bem serena, e respondeu a todas as perguntas da administração”, disse o jornalista Antonio Carlos Garcia, responsável pelo Comunicação Social da Sejuc.

Ainda segundo a Secom da Sejuc, Ana Alves foi “muito educada no trato com as agentes penitenciárias” e “passou pelo serviço médico, onde são feitas checagens se as detidas estão grávidas, se têm algum problema de saúde, se tomam medicação continuada”.

Ana Alves teve de passar por todos os procedimentos dispensados às demais presas, como usar bermudão de cor laranja e camisa branca do sistema prisional. Segundo a Assessoria de Comunicação da Sejuc, no Prefem tem uma cela com três moças com graduações de nível superior e a informação é a de que Ana Alves deve dividir este mesmo espaço - ela tem formada em Comunicação Social.

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