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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

André Moura candidato ao Governo ou ao Senado seria uma tragédia ungida a Temer
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André Moura: um filho político de Temer, um projeto perigoso

A parceria política firmada entre o prefeito de Itabaiana e o deputado federal André Moura, a quem a assessoria dele trata apenas pelo epíteto de “o líder”, não foi o suficiente para descortinar quais os reais objetivos deste deputado nas eleições deste ano, mas, ao lado de outras ações dele, serve para levantar uma enorme lebre.

“Nós vamos votar nele para governador ou senador”, diz o prefeito, numa das frases da matéria que vai publicada nesta mesma coluna, ao mesmo tempo que garante em outra: “Na verdade, não dá para medir com qual dos três mandatos ele (André) se identifica mais. Eu diria que ele está navegando. Mas eu acho, pelo meu sentimento e percepção, que ele vai para o Senado”.

Aqui está a senha da coisa perigosa, assim como na possibilidade de André querer disputar o mandato de governador. Com qualquer uma dessas duas possibilidades, André põe a boiada inteira a perder - a dele e a dos outros. Com qualquer uma das duas, ele tira do páreo os senadores Eduardo Amorim e Antonio Calos Valadares, ambos com melhores intenções de votos que ele nas pesquisas.

Do alto do descuido de André Moura, falta-lhe visão política para perceber o quanto o nome dele capenga nas pesquisas de intenção de voto entre os sergipanos e do que isso é consequência. Nem é - a consequência - da pessoa dele, que é até habilidoso, sabe fazer política, tem bons parceiros na municipalidade e trabalha mais que um jegue de cargas no dia a dia de Sergipe.

Mas, nesta hora, André Moura finge não perceber um dado trágico da sua genealogia política: ele é um filho, mais do que de Reinaldo Moura, de Michel Temer. E um Michel Temer - será necessário dizer aqui? - que tem uma popularidade de 6% perante os brasileiros, com tendência a piorar muito mais ainda neste 2018 de reforma de Previdência na tora.

Quem é anteparo disso tudo, aqui em Sergipe ou no Brasil? Quem é o herdeiro nato desta antipatia temista? Ora, André Moura. Garbosamente. Soltem este cara como candidato a senador ou a governador a partir de agosto, e vejam o resultado: vai ser pau pra tudo quanto é lado sobre o lombo dele. Não sobrevive a setembro.

A chapa que o tiver como candidato ao Senado, será inevitavelmente uma chapa temista. Tradução: uma tragédia. A que o tenha como candidato ao Governo, pelo mesmo modo. O grupo de Jackson Barreto, pela origem anti-Temer, jamais o abraçaria numa majoritária qualquer. E uma chapa com Valadares ou Eduardo na disputa do Governo, com André ao Senado, seria profundamente rechaçada. Porque, obviamente, temista. Até a de Valadares, já rompido há tempos, sofreria baque.

Sem fatalismo, tentar voltar à Câmara Federal seria o melhor caminho para André Moura. E possivelmente é isto o que ele, no íntimo, está construindo, ainda que com impostação de pretensões majoritárias.  

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