Aparte
Opinião - Luiz Teixeira, mais uma perda

[*] João Augusto Gama

Em 1966, perto das eleições , a primeira no regime militar, eu me encontrei com Luiz Teixeira (Luiz Antonio Mesquita Teixeira) na praça Fausto Cardoso, próxima à ponte do Imperador. Luiz com o otimismo típico dos Teixeira, acreditava na vitória do MDB contra a Arena, partido de suporte do regime militar.

Eu tinha 19 anos e o entusiasmo de Luiz me contagiou. Seu irmão, Zé Carlos, se elegeu deputado federal. A Assembleia Legislativa tinha 32 deputados, o MDB elegeu apenas seis.

Em 1970, quando o regime militar radicalizou contra o MDB , o entusiasmo de Luiz não arrefeceu. O fracasso do MDB foi grande. Zé Carlos, o segundo deputado mais votado do Estado, não se reelegeu. Luiz sentiu a pancada.

Em 1974 , Luiz e Tarcísio Teixeira descobrem e lançam como candidato ao senado Gilvan Rocha, médico brilhante. Gilvan ganha. Esta é uma vitória pessoal dos dois irmãos. 

Em 1978, contra a orientação dos irmãos, Zé Carlos se lança candidato ao Senado e perde a eleição.

Cito fatos antigos. Não falo da participação da Norcon, empresa de Luiz e Tarcísio, na mudança urbana de Aracaju. 

Não tenho como comentar o falecimento de Luiz Antonio Mesquita Teixeira. Nos últimos anos perdemos o contato. A vida nos separou. No passado tivemos uma relação estreita, muito próxima. 

Luiz deixa uma marca forte. Como amigo. Como empresário. Até mesmo como sonhador. 

Velhice só trás isso: perda.

Luiz é uma grande perda.

[*]  É empresário e ex-prefeito de Aracaju.

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