Aparte
Opinião - Reveillon x Ômicron, eis um debate do qual não podemos fugir    

[*] Ivaldo José

Enquanto parte do mundo ainda comemora o controle do Covid-19, outra parte já começa a sofrer com uma nova variante batizada de Ômicron, colocada no mesmo grupo de versões do coronavírus que já causam impacto na pandemia: alfa, beta, gama e delta.

A Ômicron foi originalmente descoberta na África do Sul - desta vez não foi na China -, com mais de 50 mutações que facilitam a reinfecção pelo coronavírus.

O mais grave é que todos os continentes já registram casos dessa nova variante. Mas no Brasil a principal discussão é o réveillon e não Ômicron.
Ao que parece, estão esperando o novo vírus se espalhar para implantar barreiras sanitárias nos aeroportos, nos portos e nos terminais que recebem turistas, principalmente de países que fazem fronteira, mas com acesso via terrestre.

Esse é  caso da Argentina, Chile, Bolívia, entre outros. A nossa fronteira marítima é nada menos de 7.300 quilômetros com nove países da América do Sul. Nos últimos anos, centenas de venezuelanos entraram no Brasil sem nenhum cuidado sanitário, mesmo em plena pandemia.
Com a globalização, as doenças se espalham com rapidez, já que os voos internacionais estão cada vez mais integrados e rápidos. Varar de um continente ao outro é questão de horas.

Diante da gravidade e dos riscos da nova variante, a Anvisa já recomenda o fechamento de fronteiras com vários países após o surgimento da Ômicron.

Entre esses países, estão Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia. O Governo do Brasil diz que já está monitorando a chegada de pessoas vindas da África, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. Mas isso é muito pouco, certamente.
É preciso não cometer erros do passado, subestimando o problema, esperando o registro das primeiras ocorrências para adotar medidas mais eficazes.

O Brasil tem território continental e, diariamente, recebe visitantes de todo o mundo. E mais: entrar no Brasil é mais fácil do que tomar pirulito de criança.

Essa coisa de um país “bonzinho” às vezes nos custa caro. É preciso adotar medidas mais duras para evitar um mal pior. Enquanto ainda não sofremos graves consequências com a nova variante, não basta fazer brincadeiras nas redes sociais.
Não vamos estragar a alegria da festa da chegada de um novo ano. Pensar em realizar o réveillon é colocar interesses financeiros acima de tudo - assim como o carnaval.

Toda aglomeração tem consequências para a saúde diante do contato físico, temperaturas elevadas do corpo, bebidas, viroses comuns circulando e outras coisas mais, também bastante nocivas.

Que a confraternização do Natal e as festividades para saudar o novo ano fiquem restritas aos grupos famílias e de poucos amigos. Nunca é demais lembrar que o uso de máscara, distanciamento, ambientes ventilados e abertos - contato com a natureza - funcionam no combate a nova variante e das demais viroses. Sem pânico, mas, com os cuidados que o problema exige. Pense nisso.

[*] É jornalista profissional, empresário e ex-vereador de Aracaju. 


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