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Festival de Inverno de Palmares acontece mesmo em agosto e prefeita Simone Andrade diz que Estado apoiará  

Simone Andrade: um festival que fique pro futuro 

Está mantida e confirmada a realização do Primeiro Festival Multicultural de Inverno de Palmares, no município de Riachão do Dantas, que será também o primeiro festival deste gênero em Sergipe.

Em sua primeira edição, ele será realizado nos dias 20 e 21 de agosto e tudo está devidamente pactuado com a Secretaria de Estado do Turismo de Sergipe e com o Governo do Estado. “Queremos um evento de gente para gente. Humanizado”, diz a prefeita de Riachão do Dantas, Simone Andrade.

“Nós buscamos começar esse evento de forma não muito grandiosa, até porque é o primeiro e precisamos fazê-lo de forma organizada, de maneira que possamos inserir não só os visitantes como também a comunidade. Para as apresentações culturais, nós vamos ter bandas de pífanos, grupos de quadrilhas, apresentações de MPB, de orquestras, sambas de roda. Queremos inserir todo um contexto cultural diversificado para que possa agradar aos visitantes e aos moradores da região”, completa Simone.

O povoado de Palmares não é somítico em história. A cerca de 600 metros acima do nível do mar, com temperaturas que vão a menos de 10 graus no inverno, ele é de 1.590. 

“Era uma fazenda que foi vendida aos Carmelitas e aí fundaram a comunidade Palmares. Inclusive, vizinho a Palmares está a comunidade Forras, que vem de Alforria, e está ligado à luta pela libertação da escravatura do Brasil. Por aquela comunidade, inclusive, passou o beato Antônio Conselheiro, quando descia do Ceará para fazer a sua organização política e religiosa em Canudos, na Bahia”, diz a prefeita. 

Conheça nesta breve entrevista com a prefeita Simone Andrade mais um pouco de Palmares, Forras e das manifestações culturais que poderão se firmar a partir dali e do festival que o município está organizando.

JLPolítica - Como é que foi a reunião da senhora com o secretário do Estado do Turismo Sales Neto para discutir a realização do Festival de Inverno de Palmares? A senhora acha que foi positiva? 
Simone Andrade -
Olha, sim, foi muito positiva. Foi acatada a ideia do Festival de Inverno de Palmares de forma propositiva. De modo que virá daqui de Riachão do Dantas o primeiro evento no Estado de Sergipe multicultural que atenderá pelo nome de um Festival de Inverno, onde a própria população do povoado Palmares estará inserida e será protagonista. 

JLPolítica - A população dali tem o que mostrar? 
SA -
Sim. Esta é uma população hoje que faz o próprio artesanato, já que está acostumada com o muito frio do inverno, às vezes abaixo dos dez graus. Eles fazem muitos cachecóis, muitas roupas de frio. Nós estamos inserindo essa comunidade no contexto para que possa estar na base de um festival que também vai produzir e gerar emprego e renda com a culinária do alto da serra. Vamos impulsionar os vários tipos de caldinhos feitos ali e que são propícios para ao clima de frio. De modo que o secretário recebeu a ideia de forma positiva, gostou e se comprometeu, junto com o Governo do Estado, a ajudar na estruturação do Festival de Inverno multicultural do povoado Palmares.

JLPolítica - Qual é o apelo que o frio tem nesse contexto? Ele é um chamariz para esse festival?
SA -
Sim, com certeza, é mais um atrativo, senão o principal. Inclusive, pretendemos também mobilizar os visitantes para que possam fazer doações de agasalhos, já que é também uma região onde temos uma população bastante vulnerável. Que o festival possa também ajudar dessa forma a contribuir com o social. E, por ser uma região muito fria, há muitos anos saindo na mídia nacional, estamos fazendo com que esse clima possa se tornar atrativo turístico. Que possa gerar lazer geral para as pessoas em visita e emprego e renda para aquela localidade.

JLPolítica - Qual é a formatação da grade cultural para esse primeiro evento? A senhora já tem formulado ou está ainda discutindo?
SA -
Nós buscamos começar esse evento de forma não muito grandiosa, até porque é o primeiro e precisamos fazê-lo de forma organizada, de forma que possamos inserir não só os visitantes como também a comunidade. Queremos um evento de gente para gente. Humanizado. Para as apresentações culturais, nós vamos ter bandas de pífanos, grupos de quadrilhas, apresentações de MPB, de orquestras, sambas de roda. Queremos inserir todo um contexto cultural diversificado para que possa agradar aos visitantes e aos moradores da região. Além da exposição contando um pouco da história de Palmares. Sobretudo dos aspectos climatológicos.

JLPolítica - Mas o que é que tem a ver a história de Palmares com a climatologia? 
SA -
Palmares é um povoado que fica em uma região muito alta do nosso Estado, a cerca de 600 metros acima do nível do mar. É uma região um pouco montanhosa e isso é um dos indicadores para curiosidades da climatologia daquela região.

JLPolítica - E isso já teve vivência com a climatologia, no passado, com ação de alguém de lá?
SA -
Sim. Nós tínhamos um senhor chamado Seu Monteiro, que sempre fazia registros climatológicos dali e que já tinha todo um acompanhamento desses aspectos. E, após o falecimento dele, esses trabalhos não foram colocados adiante. Pretendemos resgatar toda a história dele e dos equipamentos usados ali.

JLPolítica - A senhora pensa, em princípio, em um evento interno ou em algo que vá para além dos limites de Riachão do Dantas? 
SA –
As duas coisas. Nós esperamos que seja um Festival de Inverno que possa prosseguir nos anos vindouros e que os governantes que estejam à frente do município também possam abraçar a causa. Que ele não seja uma política de gestão, mas uma coisa do governo para o município.

JLPolítica - Palmares certamente é um povoado pequeno. Já tem posição de hospedagem ou hoje não tem ainda nenhuma pousadinha?
SA -
Temos restaurantes, mas a parte de hospedagem não. Não temos pousadas, o que, no futuro, pode ser algo que seja desenvolvido. Mas vamos gerar uma base de infraestrutura no povoado para acampamentos das pessoas e para o motor home. Lá há um campo de atividades de esporte que a gente pode imobilizar para isso durante o evento.

JLPolítica - Qual é a origem do povoado de Palmares?
SA -
Palmares é um dos povoados mais antigos e históricos de Sergipe. Ele é de 1.590. Era uma fazenda que foi vendida aos Carmelitas e aí fundaram a comunidade Palmares. Inclusive, vizinho ao povoado Palmares está a comunidade Forras, que vem de Alforria, e está ligado à luta pela libertação da escravatura do Brasil. Os Carmelitas compraram alguns escravos, alforriaram e alojaram-nos na comunidade de Forras. Hoje ali é uma comunidade quilombola, reconhecida pela Fundação Palmares, por ser uma das poucas do Brasil que eram quilombo de escravos alforriados. Por aquela comunidade, inclusive, passou o beato Antônio Conselheiro, quando descia do Ceará para fazer a sua organização política e religiosa em Canudos, na Bahia.

JLPolítica - Como está o dia a dia da gestão municipal de Riachão do Dantas? A senhora está conseguindo tocar a Prefeitura sem grandes sustos ou dificuldades?
SA -
Melhoraram muito todas as estruturas do município desde quando assumimos. Claro que existem alguns percalços, muitas ações judiciais, muitos precatórios a serem pagos, as dívidas financeiras ainda continuam, mas, em relação ao que nós encontramos, enxugamos muito, pegamos atrasados. Então temos todo um olhar hoje já diferenciado para a gestão. Hoje nós percebemos o crescimento do município, com vários avanços na agricultura, na educação.

JLPolítica - O saldo e a herança deixados por Gerana Costa e seu marido Laelson Menezes não foram positivos? 
SA -
Nós temos muitos precatórios oriundos de 2005, e que hoje a gente vem pagando. Mas, infelizmente, por causa das perseguições políticas naquela época geraram muitas indenizações. Eles são recursos que poderiam estar sendo utilizados na infraestrutura do município. Nesse mês de julho, por exemplo, estamos pagando quase R$ 400 mil só de precatórios. São recursos que, mês a mês, quando se faz o somatório anual, poderiam ser investidos na infraestrutura de povoados, em calçamentos, praças, e isso nos deixa tristes. Mas, com certeza, a nossa gestão vem trabalhando para que esse tipo de problema não mais aconteça.

JLPolítica - Qual é a receita média mensal de Riachão do Dantas?
SA -
Houve um aumento de 25% comparado ao ano de 2021 e a média do Fundo de Participação do Município de Riachão hoje é de R$ 1,856 milhão. Quando debita Educação e Saúde, restam para o município R$ 1.187 milhão.

 

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