[*] Edson Ulisses de Melo
Todo o saber vem de Deus. Por isso devemos colocá-lo a serviço do outro, pois não sendo assim de nada serve. Torna-se inútil tanto quanto a ignorância.
O erro por desconhecimento exclui a pena, enquanto que quando dele se tem ciência, aumenta a culpa e agrava pena. Não devemos permanecer na ignorância, mas buscar o saber e reparti-lo, grandemente, com quem dele necessita, multiplicando a capacidade de produzi-lo.
Guardar ou esconder o conhecimento, não reparti-lo, lembra o servo que ao receber o dote do senhor o escondeu e por isso foi censurado, quando foi chamado a prestar contas dos talentos obtidos.
Os conhecimentos que recebemos correspondem a uma luz que nos é dada para clarear os nossos caminhos. Não devemos ser egoístas, guardá-los, todavia compartilhar com os outros.
De que adianta acender um lumieiro e escondê-lo?
Temos o dever ético, moral e espiritual de elevá-lo ao ponto mais alto para que todos o vejam e por ele sejam iluminados e servidos.
O conhecimento é poder, bem assim são os talentos.
A luz que recebemos de nada serve ao ser humano se não estiver posto ao servir, iluminar, abrir portas e caminhos. Esvazia-se em si mesmo, perde-se!
O saber, o conhecimento, o poder é como um rio, um oceano, estes não servem a si mesmos, mas vão servindo e distribuindo suas riquezas, seu frescor, suas grandezas, suas belezas, transformando tudo por onde passam.
Por isso, com o poder recebido, com seus talentos obtidos seja alguém a serviço do bem, transforme com seu exemplo de servir, nunca servir a si mesmo. Não amesquinhe os talentos recebidos, distribua-os.
Assim o fazendo, estará cumprindo o seu dever como beneficiário de um dom de Deus.
Esta é também uma forma de ser solidário, atualizado modo de expressar o amai-vos uns aos outros.
[*] É presidente do Poder Judiciário do Estado de Sergipe e membro da Academia Sergipana de Letras.
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