Sobraria o eterno lambanceiro e afetado João Fontes?
Eis aqui um fato curioso da política atual: se os bolsonaristas e o próprio presidente Jair Bolsonaro levam tão a sério a reeleição do atual mandatário do Brasil, e em nome disso desqualificam toda e qualquer pesquisa que o bote bem distante do primeiro colocado, por que mesmo não há um candidato bolsonarista taludo e expressivo à sucessão estadual de Sergipe em 2022?
Quem saberia, com base na boa teoria política, responder a isso com precisão? Não é de fato muito estranho?
Aliás, não há esse candidato taludo e expressivo e nem mesmo um acanhado. Um acanhadíssimo. Simplesmente não há ninguém do bolsonarismo levantando o crachá em nome do bolsonarismo.
Os direitistas sergipanos, nesse capítulo, estão na estaca zero. Não acenam com a menor perspectiva de participação da grande festa do voto eletrônico e seguro de 2022 para o Governo de Sergipe.
Pois é: sob o sol de Sergipe, ninguém com ar promissor, quer botar a cabeça de fora em nome de Bolsonaro.
Nem mesmo o deputado federal Laércio Oliveira faz isso - e esse, do ponto de vista político, é promissor. Mas nem mesmo ele se expõe em nome da rubrica bolsonarista.
Bolsonarista, Laércio está bem amoitado na estrutura de poder liderada pelo governador Belivaldo Chagas. E fica ali, quieto e sonolento pro bolsonarismo, como um bom gato de pensão.
Laércio quer ser, sim, candidato a govenador ou a senador, mas o quer sob o calorzinho governista local. Sob vapor governista generoso que acena para a bonança de votos.
Mas os governistas estaduais de Sergipe não batem continência política para nada que tenha o cheiro ou o sabor de Jair Bolsonaro. Educadamente, no entanto, convivem com Laércio e sua ubiquidade. Mas no dia em que ele roer a corda, será ejetado.
Sendo assim, sobrará o quê ou quem para ir à festa eleitoral em nome de Bolsonaro e suas doidices histriônicas e quase fascistas na disputa pelo Governo de Sergipe em 2022?
Ninguém? Ou sobrará o eterno desregrado e direitista João Tarantela? Se estiver no DEM, não terá espaço majoritário. Ou sobrará o eterno lambanceiro e afetado João Fontes? Se for um ou outro, possivelmente estarão à altura da importância de Bolsonaro para o eleitor de Sergipe. Ou abaixo.
Convêm não esquecer que em 2018, Bolsonaro se elegeu presidente da República no segundo turno beijando a lona feiamente em Sergipe no primeiro e no segundo turno.
Relembre aí: na primeira etapa, foram 571.234 votos para Fernando Haddad, ou 50,09% dos válidos, e 310.310 votos, ou 27,21% dos válidos, para Bolsonaro.
Na segunda, o eixo empenou mais ainda pro bolsonarismo: Haddad surfou em 759.061 votos, ou 67,54% dos válidos, e Bolsonaro patinou em 364.860 - ou 32,46%.
Se em 2018 a eleição presidencial brasileira tivesse a Sergipe como parâmetro nacional, não teria havido um segundo turno, ainda que a decisão fosse pela filigrana de 0,09%.
Talvez isso explique a timidez de nomes bolsonaristas - taludos ou mirrados - em botar de fora a cabeça de uma candidatura. Talvez pensem que guilhotina deve doer.
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