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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Saída de Talysson do projeto federal custará a não reeleição de Maria à Alese?
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Maria Mendonça: situação não de tudo ruim

O anúncio da retirada da pré-candidatura de Talysson Costa, o filho do prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho, à Câmara Federal feito pelo pai na manhã desta terça-feira, 26, não cala o projeto de um jovem de 26 anos disputar um mandato de deputado em 2018. Pode calar o de deputado federal.

Em Itabaiana, 11 entre cada dez ceboleiros acham que a interrupção do projeto federal da família de Valmir vai renascer, ou reencarnar, num projeto estadual. Ou seja, Talysson Costa disputará o mandato para a Assembleia Legislativa.

Ok, nada de errado nisso. O rapaz é de maior, tem domicílio eleitoral no Estado e está em paz com a justiça eleitoral. O que está por trás dessa repentina mudança de rota é que são outros quinhentos - lembre-se que Valmir e Talysson vinham costurando o sonho federal há mais de ano, inclusive com algumas alianças já amarradas.

O que está por trás dessa repentina mudança, sem dúvida, é a crescente desarmonia que aparta Valmir de Francisquinho dos Teles de Mendonça. Que segrega, diretamente, Valmir da deputado estadual Maria Mendonça, que vai tentar renovar mandato ano que vem.

Diante disso, a grande questão que se abre no horizonte político-eleitoral desses itabaianenses é a seguinte: a cidade, com seus 60 mil eleitores, elege três filhos da terra deputados estaduais ou tem capacidade para somente dois?

Se o cobertor der para tapar o frio dos três - Luciano Bispo e Maria Mendonça, que vão tentar se reeleger, e Talysson, que buscará o primeiro mandato -, tudo bem. Mas se for suficiente somente para dois? 

Pela lógica, o risco maior desabaria sobre Maria Mendonça, justamente porque ela perderia o contrapé do prefeito Valmir, que iria puxar o cobertor todo para benefício do filho.

Luciano ficaria no alto da torre, se rindo e mangando do cortejo adversário em frangalhos, dividido. Ele teve 29.976 votos em 2014 – sendo 18.419 só de itabaianenses e 11.557 mil de fora.  

Mas não é de tudo correto dizer que o arquivamento do projeto federal de Talysson Costa levaria Maria Mendonça

e perder seu espaço na Alese. E não o é, exatamente pelo último desempenho eleitoral dela.

Esta senhora foi a segunda parlamentar mais votada de Sergipe em 2014, obtendo 35.192 votos numa eleição que mandou gente com 14.510 e com 20.233 para a Alese. Tudo bem que dos 35.192 votos dela, nada menos do que 20.999 foram dos itabaianenses, com os demais 14.193 vindo de outros municípios.

Se restar somente a metade dos votos de Itabaiana para Maria, ainda assim ela seria uma parlamentar de 25 mil votos - claro, levando-se em conta que ela repetiria ou aumentaria os 14.193 vindo de outros municípios.

É certo que há quem creia que Maria Mendonça não tem mais a mesma mobilidade de outras eleições. E que a expressiva votação de 2014 teve influência decisiva de Valmir, inclusive fora de Itabaiana.

Ontem, em entrevista à Rádio Educadora de Frei Paulo, o presidente da Câmara de Itabaiana, seu primo e homônimo de seu irmão, José Teles de Mendonça, dizia que ela e Talysson Costa podem sair vitoriosos numa mesma eleição.

“Eu sei que Maria não se conforma, mas se os dois colocarem os pés no chão e trabalharem, Itabaiana têm condições de eleger dois estaduais”, diz José Teles de Mendonça. De fato já teve três: Arnaldo Bispo, Maria e Zé Milton de Zé de Dona.

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