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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Zé Teles, a vítima: “Estou bem à vontade. Valmir era a menina dos olhos de meu tio”
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José Teles de Mendonça: mais embalançado para Valmir

Pivô e vítima da eleição da Presidência da Câmara Municipal de Itabaiana, derrotado num projeto de reeleição antecipada, o vereador José Teles de Mendonça, PR, foge do amargor e de uma perspectiva de sair jogando pedra no seu próprio grupo, dividido entre a deputada Maria Mendonça, sua prima, e o prefeito Valmir de Francisquinho.

Mas está claro que José Teles de Mendonça sentiu o baque forte. Foi tentar uma reeleição para a gestão de 2019 e 2020 do Legislativo e morreu afogado numa diferença de idade de apenas 236 dias em relação a Ivoni de Lima Andrade - ela é de 05.06.1961 e ele de 29.01.1962, e ambos tiveram sete votos. Mas, bastante prudente e calcado na experiência dos seus nove mandatos, atraca-se com o tempo, e diz que ele haverá de curar tudo.

“Eu estou evitando ao máximo falar sobre essa situação. Eu me contrariei muito com ela. Quando você fala de (Maria Mendonça) saber ou não saber (da realização da eleição), eu quero dizer assim: eu acredito que nada é impossível. Entre tudo, foram 10 dias de apresentação da resolução de antecipação das eleições. Eu publiquei a resolução no portal da transparência, no diário do município. Maria Mendonça, Luciano Bispo e Valmir de Francisquinho são pessoas bem informadas”, diz ele a esta coluna, com exclusividade.

Mas na esfera do vereador José Teles de Mendonça, em Itabaiana a maior curiosidade agora é saber em que teto ele se abrigará com a queda da casa comum entre ele, Maria e Valmir. Zé não é radical, não levanta voz nem crachá contra Maria, mas dá indícios de que está disposto a ajudar a reconstruir os escombros ao lado de Valmir.

E para isso, José Teles de Mendonça volta ao passado. “Nessa briga toda, nesse disse me disse, não queria me intrometer. O tempo é que vai dizer. Mas eu pertenço hoje a um partido político, o PR, que tem Valmir como o principal líder. Eu não tenho confusão nem com Valmir nem com Maria. A briga é deles dois”, diz.

“Estou bem à vontade, porque Valmir é cria da casa de Maria. Valmir era a menina dos olhos da casa do meu tio. Meu tio gostava muito dele. Valmir era idolatrado dentro da casa de meu tio. Eu era o mais próximo, o sanguíneo. Por que não fui eu candidato a prefeito? Eu não posso entrar nesta confusão. Valmir é uma pessoa que me considera, que tem me respeitado, apesar de alguns momentos de contrariedade. Mas gosto muito de Valmir”, diz Zé Teles. O “meu tio” aí é uma referência a Francisco Teles de Mendonça, o velho coronel Chico de Miguel, pai de Maria.

“Eu disse já há algum tempo atrás que Valmir foi escolhido dentro da casa de meu tio para dar sequência à política dele. Ele foi colocado como candidato a prefeito porque vinha recheado de um prestígio político adquirido ali dentro. Ele plantou uma semente que vingou. Esse fruto é Valmir. E eu pertenço a um partido político do qual Valmir faz parte”, diz o vereador.

“Nosso mandato pertence a um partido político. Eu tenho que estar onde o partido está. Eu vou estar onde o meu grupo político estiver. Claro que eu não achei interessante (essa briga). O meu bloco continua o mesmo, de Valmir e Maria. Como eu devo fazer: perco o mandato e fico com Maria? Ou eu fico com Valmir e com o mandato? Ou eu me afasto da política? Eu não criei problema com ninguém. Eu não quero entrar principalmente no mérito da questão de família. Eu conheci Valmir dentro da casa de meu tio. Se hoje eu estou do lado que estou, que é deles dois, é porque nós começamos todo mundo juntos”, disse Zé Teles.

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