Aparte
Opinião - Os malefícios da Lava Jato vão além da perseguição ao PT

[*] Rômulo Rodrigues

Se for certo o ditado popular que diz que “para o bom entendedor, um pingo é letra”, o discurso de Jair Bolsonaro na ONU, enfatizando que o Brasil vive dois anos e quatro meses sem corrupção, traz à baila a Operação de Curitiba, que rezou nas cartilhas do fascismo e do nazismo, para quem as extremas direita só têm uma palavra salvadora: corrupção.

As recentes confissões de Léo Pinheiro e outro diretor da OAS, reafirmando que foram coagidos pelo juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol para inventarem acusações contra Lula, abrem caminhos para que, diante dos fatos comprovados, os outrora insuspeitos virem suspeitos, réus sejam processados, condenados e vão mofar na Papuda.

Em suas defesas, poderão alegar que não tinham dimensão do que estava por trás de suas traições à pátria. A história, como senhora do destino, do tempo e das razões, começa a dar seus veredictos.

O primeiro avatar de Elliot Ness, o capitão do mato Joaquim Barbosa, sumiu do mapa da mídia e sente o desprezo dos senhores escravagistas, como fizeram com seus antepassados, após prestarem seus serviços sujos e serem descartados quando não tinham mais serventia.

Logo ele que, com sua teoria do domínio do fato, abriu as picadas nas matas jurídicas para que a quadrilha de Curitiba erguesse as armações ilimitadas para condenar petistas que eram objetos de desejo da potência que queria e conseguiu transformar a 6ª economia do mundo numa republiqueta de bananas.

Como consequência, várias desgraças atingiram o país - quebraram a ordem democrática como traidores da Constituição, destituíram da Presidência da República uma mulher honesta, prenderam um dos maiores líderes mundiais para que não ganhasse a eleição, destruíram um dos maiores conglomerado da indústria da construção pesada do mundo, fatiaram o Pré-sal para mandar os dividendos para acionistas americanos e europeus, jogaram no desemprego 14,6 milhões de trabalhadores e outras 30 milhões de pessoas na mendicância.

Aquele que fez seu serviço sujo para ser o síndico da massa falida, Sergio Moro, acaba de reconhecer que vai pagar e é dobrado cada lágrima rolada no nosso penar, pois acaba de perder em dobro - não tem mais a menor chance de ser a terceira via, e o tão prometido e sonhado emprego na terra de Tio Sam gorou.

O que ainda restou de tudo foram as desgraças já citadas e a volta galopante do dragão da inflação, pelas patas da anexação do preço da gasolina ao dólar, cuja aceleração já ultrapassa 100% e a ganância dos bandidos do agronegócio, que produzem commodities para exportar em detrimento de alimentos para o povo.

Uma boa notícia é a decisão do Senado de barrar a volta das coligações proporcionais para 2022. É nesse ponto que o eleitorado do Nordeste deve dar um passo à frente na eliminação da metástase mais perigosa do antigo tumor chamado Arena, cujo disfarce atual é de uma roupa velha, que não serve mais, como Partido Progressista.

Nenhuma revolução se faz como um todo, em todo canto, de uma só vez. No caso, tem reminiscências do antigo sustentáculo político da ditadura militar, caso do DEM, que para não morrer tenta se amasiar ao excremento político de ocasião chamado PSL na luta para sobreviver como metamorfose ambulante.

Para as próximas eleições, os cidadãos da sociedade civil organizada deverão esclarecer ao povo qual o partido de Artur Lira e do senador Heinze e quem foi o responsável pela relatoria da lei da terceirização e quem votou contra a estabilidade do servidor concursado e das reformas que suprimiram direitos trabalhistas e aposentadorias. Somente isso.

[*] É sindicalista aposentado e militante político.

 

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