[*] Rômulo Rodrigues
Corria o ano de 2016 quando três figuras bizarras, lastreadas pela fama da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na cidade de São Paulo, ascenderam à ribalta política elaborando um parecer que fundamentou o pedido de impeachment da presidente que não cometera nenhum crime, além de ser honesta e de ser mulher - Dilma Rousseff.
Foram elas: 1 - Hélio Bicudo, um ex-promotor público de São Paulo que se destacou com bravura ao denunciar os esquadrões da morte das polícias daquele Estado, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores, se elegeu deputado federal e vice-prefeito da capital paulista e seguiu sua militância política sempre de forma ética e elogiável, até que, com Lula presidente, se achou credor de ser titular de uma embaixada e não teve seu pleito atendido.
Com a negativa, Hélio Bicudo saiu do partido e transformou-se num credenciado detrator, chegando ao auge ao ser um dos signatários do pedido de impeachment, usando de subterfúgios e mentiras,
2 - Miguel Realy Júnior, filho de um dos mais renhidos militantes do exército dos galinhas verdes, como eram identificados os militantes do partido integralista, liderado por seu pai e por Plínio Correia de Oliveira, e propagandistas dos ideários do fascismo de Benito Mussolini, e hoje, velho e gagá, anda renegando o apoio ao golpe e ao bolsonarismo e se proclamando arrependido
E 3 - Janaina Pascoal, inexpressiva professora da famosa faculdade, montou no cavalo selado e vendeu uma parecer encomendado por Aécio Neves por R$ 45 mil e que foi usado pelo bandido do Eduardo Cunha e pela gangue de Michel Temer.
Essa moça foi renegada como candidata a vice de Bolsonaro, mas, na loucura reinante, se elegeu deputada estadual por São Paulo e, num espasmo de lucidez, diz que numa eventual disputa entre Lula e Bolsonaro em 2022 votará novamente no atual presidente, porque Lula é bem mais articulado e inteligente.
Sem querer, depois de ter incorporado a Pomba-Gira, Janaina Pascoal acabou revelando o real motivo do ódio e da perseguição a Lula, numa sociedade de desmiolados, guiados por uma família de milicianos e corruptos.
Correndo por fora, para dar suporte ao golpe de 2016 e a eleição do desastre, estavam de plantão generais falsos moralistas que abocanharam parcelas do poder e do dinheiro, se arvorando de arautos do combate à corrupção, mas que têm folhas corridas cheias de suspeitas.
Vejamos alguns exemplos: Hamilton Mourão, antes de deixar a farda para se filiar ao partido do repugnante Levy Fidelis e virar vice-presidente da República, teve seu nome citado pelo Superior Tribunal Militar, como suspeito num superfaturamento de R$ 163 milhões no caixa das Forças Armadas.
Outro expoente é o general Augusto Heleno, que ao chefiar uma força de paz no Haiti foi mandado de volta pela ONU. Depois do extermínio de 63 pessoas, se associou ao presidente do Comitê Olímpico Brasileiro - COB - e é suspeito num desvio de R$ 22 milhões.
O mais graduado comandante do Exército, general Villas Boas, enquadrou o STF para suspender um Habeas Corpus que dava liberdade a Lula para disputar e ganhar a eleição, em mais um golpe na democracia e hoje tem um Instituto que fatura bom dinheiro no governo Bolsonaro.
Para não alongar muito, vamos focar no general Eduardo Pazzuelo, que é banqueiro desde os cinco anos de idade, tem negócios milionários no Estado do Amazonas, um irmão conhecido como trambiqueiro e mostrou a verdadeira face das Forças Armadas do Brasil: pesada, incompetente, inoperante, sem mobilidade e acima de tudo, covarde.
Toda a coragem do general de três estrelas ruiu frente uma comissão de senadores que o tratava com fidalguia, sofrendo um típico desmaio por medo num momento nada digno de um ferrenho adorador do coronel Brilhante Ustra.
Mas o mais absurdo de todo esse espectro vergonhoso é ver um país grandioso como o Brasil ser comandado por uma família enlouquecida pela usura da corrupção.
[*] É sindicalista aposentado e militante político.
Ω Quer receber gratuitamente as principais notícias do JLPolítica no seu WhatsApp? Clique aqui.