Aparte
Opinião - O (bom) perfil eleitoral do Estado de Sergipe

[*] Emerson de Sousa Silva

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral – TSE -, em fevereiro de 2022 Sergipe possuía um eleitorado de 1.624.836 pessoas aptas a votar. Isso corresponde a 1,10% do quantitativo nacional, que na mesma oportunidade foi contabilizado em 147.586.338 eleitores inscritos.

Essa proporção também é compatível com a participação sergipana na população do país, que também é de 1,10% do cômputo geral. Todavia, ela destoa em comparação com outras medidas relativas.

Afinal, Sergipe contribui apenas com 0,60% do Produto Interno Bruto - PIB - brasileiro e cobre tão somente 0,26% da extensão territorial, sem esquecer do fato de que o PIB per capita sergipano é de apenas 55,2% do nacional.

Contudo, quando se descobre que Sergipe se apresenta com 74,1 eleitores por quilômetro quadrado - densidade eleitoral - contra um volume 17,3 eleitores por quilômetro quadrado detidos pelo Brasil -, percebe-se que a essa nossa unidade federativa sobe alguns degraus em sua importância política.

Com 69,5% dos seus residentes habilitados para votar, Sergipe encontra-se dentro de um patamar similar ao nacional e retém para si um percentual similar ao de Estados como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Norte.
Isso significa que, no contexto brasileiro, a importância eleitoral de Sergipe é maior do que suas relevâncias econômica e territorial, e é compatível com o seu peso populacional.

Adicionalmente, também há de se conhecer que o perfil da representação política em Sergipe é mais amplo do que o existente no Brasil, fenômeno que fortalece esse caráter de importância política.

Pois, com 805 vereadores, 75 prefeitos, 24 deputados estaduais, oito deputados federais, além dos comuns três senadores e um governador, o pequeno Estado nordestino dispõe de uma oferta de vagas ligeiramente superior ao da média nacional.

Por sinal, focando apenas os mandatos proporcionais, para cada grupo de um milhão de eleitores, Sergipe desfruta de uma razão de 495 vereadores, 15 deputados estaduais e cinco parlamentares federais.

Para o conjunto do Brasil, essas relações são de 394 vereadores, sete deputados estaduais e três deputados federais para cada conjunto de um milhão de eleitores.
Caso valha a pena registar, também em Sergipe são 46 prefeitos para cada um milhão de eleitores. No país, essa medida é de 38 por um milhão.

A justaposição desses números pode permitir a elaboração de um raciocínio no qual é permitido acreditar que, ao menos em termos proporcionais, Sergipe possui instrumentos de intervenção política em padrões acima daqueles que são detidos por outras unidades federativas.

Afinal de contas, Sergipe possui mais poder eleitoral e mais cargos à sua disposição do que outros dos seus pares. Isso exponencia a responsabilidade do eleitor, uma vez que a realidade organizacional da política local lhe concede alguma vantagem na ordenação das ferramentas de participação da cidadania, cabendo a ele escolher os melhores nomes dentre os que se apresentam.

[*] É doutor em Administração e mestre em Economia.

 

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