O senador Antônio Carlos Valadares, PSB, disse nesta sexta-feira à coluna Aparte que vai levar “a sério e ao pé da letra” a sua licença para cuidar da saúde e “dar um tempo” nas polêmicas que ele lidera pelo tuíter ou por qualquer outro meio de comunicação.

Não há nada grave com ele, mas admite que precisa fazer uns procedimentos que o deixem mais leve e solto para encarar o ano eleitoral de 2018 e uma eventual candidatura, se ela tiver de acontecer. “Não é melhor que eu me aquiete por um breve tempo? Esse pelo menos é o conselho do médico”, diz.

“Vou mergulhar um tempo para cuidar do principal, porque no próximo ano eu quero estar em forma para disputar um cargo eletivo, se for necessário. Embora não exista nenhuma sangria desatada por isso. Já fui tanta coisa nesta vida”, completa o senador.

O principal procedimento deve se dar no começo de janeiro, numa cirurgia de hérnia inguinal - geralmente são protuberâncias na região da virilha que podem ser causadas por esforços físicos repetitivos e excessivos.

“Eu vou dedicar parte deste tempo da licença cuidando daquilo a que me propus, que é a minha saúde”, diz ele. “Afinal, não sou mais uma criança e me devo certos cuidados’’, completa.

Para Valadares, levar “a sério e ao pé da letra” significa que ele dará um tempo nas refregas que costuma travar com opositores. “Primeiro, como é que as pessoas vão entender que um cara que pede licença para cuidar de problemas de saúde vai pro embate diário? Veja: aí eu dou uma entrevista, daqui a pouco vem uma resposta e vou dar a resposta da resposta. Isso estressa”, teoriza o senador.

Neste caso, o senador Antônio Carlos Valadares faz uma revelação surpreendentemente humana para quem o vê no dia a dia debruçado sobre o tuiter, trocando pernadas com os adversários e desferindo cotoveladas a três por quatro. “Os aborrecimentos causam muito estresse”, admite.

“Por exemplo, todo mundo pensa que eu sou frio. Mas eu sinto muito quando tenho que dar aquelas respostas à altura das provocações que me fazem, e aí eu fico sentido por dentro. Eu não queria aquilo. Eu queria era estar em paz. Sem brigas. Mas aí eu teria que ter sido outra coisa, para não ter raiva. Menos um político”, diz.

Valadares afirma que confia no suplente Elber Batalha, PSB, que lhe sucede pelos 121 dias. “Elbinho tem todas as condições de fazer um bom trabalho. Ele foi defensor público, vereador por alguns mandatos e tem foco”, diz o senador.