Aparte
Opinião - Por que no dia 15 votarei 13

[*] Jorge Santana

Estamos às vésperas de mais uma eleição e, como de outras vezes, costumo expor as razões pelas quais escolhi e votarei em determinado projeto. Desta feita, naquele simbolizado por Márcio Macedo e Ana Lúcia, candidatos a prefeito e vice-prefeita de Aracaju.  

Não é de agora que questiono a mesmice que tem pautado as gestões municipais pós-Déda, aquele que inaugurou um novo jeito de governar baseado em princípios como a participação popular, o controle social e a centralidade do planejamento urbano, elementos essenciais que foram se perdendo desde então.

Para além de manter e aprofundar aqueles princípios, novos desafios se apresentaram para as cidades, exigindo o protagonismo em agendas como desenvolvimento econômico, turismo e segurança pública. Ocorre que os gestores não os captaram, insistindo no mais do mesmo, limitando-se a obras (eleitas sem qualquer vínculo com o indispensável planejamento urbano, até porque este deixou de existir) e à zeladoria (serviços urbanos básicos).

Está comprovado que Aracaju precisa de um novo projeto, capaz de resgatar valores que já foram testados e aprovados mas, e principalmente, que consiga dar conta de uma pauta complexa e desafiadora já posta no presente, sem a qual não teremos uma cidade competitiva para um futuro cada vez mais incerto.

Como se tudo isso não bastasse, a gestão municipal que se iniciará em 1º de janeiro terá que lidar com um pós-pandemia, e talvez com uma segunda onda de Covid-19, tendo que amargar os efeitos da própria pandemia, potencializados pela inépcia e irresponsabilidade de um (des)governo federal, cuja ação e omissão causaram, e seguem causando, danos cada vez maiores à saúde e à economia. Para completar, a atual gestão municipal novamente limitou-se a fazer o feijão-com-arroz, deixando de dar a sua contribuição para mitigar tais efeitos nas pessoas e nas empresas.

Se antes as políticas sociais, sobretudo saúde e assistência social, já mereciam prioridade e mais efetividade, agora passam a merecer ainda mais. E concluamos, sem maior esforço, que ninguém tem mais acúmulo de experiências exitosas nesse departamento do que o PT. Por isso mesmo, dentre as muitas propostas da chapa Márcio-Ana, destacam-se a reconstrução da saúde pública municipal e a criação do Bolsa Família e do Bolsa Trabalho municipais.

A propósito do programa de governo desta candidatura, com o qual contribuí e que confio virá a ser seguido à risca, não é apenas uma coleção de propostas, ora desconectadas, ora ilusórias e inexequíveis, mas um todo coerente e estruturado sobre a disciplina do planejamento urbano. Um novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano torna-se, portanto, o compromisso número 1, a ser construído com efetiva participação da sociedade e inspirado nos princípios do Estatuto das Cidades e no conceito, muito caro para nós, do Direito à Cidade.

Com os pés no presente e o olhar no futuro, o programa estabelece uma criativa conexão entre educação, empreendedorismo, tecnologia e cultura, na perspectiva de preparar os jovens aracajuanos para o novo mundo do trabalho, a partir de iniciativas inovadoras e que cabem no orçamento municipal.

Na definição do voto, olho para os atributos dos projetos que cada candidato representa (porque os projetos valem mais do que os candidatos, embora muitos os escondam intencionalmente) e, neste 2020, descarto a monotonia da gestão atual e suas promessas não cumpridas, assim como a histeria da direita bolsonarista com sua pauta reacionária vestida de novidade para esconder seus valores senis. 

Por todas essas razões votarei 13 no dia 15, menos por mim enquanto cidadão individual que depende pouco da gestão municipal, mas muito mais pela legião de aracajuanos carentes, aqueles que sobrevivem em condições de precariedade e vulnerabilidade nas periferias, invisíveis que são para quem vive e circula na parte maquiada da cidade.

[*] É empresário e ex-secretário da Sedetec (governo estadual) e da Semict (Prefeitura de Aracaju).

 

 

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