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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Oposição na Câmara aponta uso político das Forças Armadas em evento na Esplanada dos Ministérios
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Tanque de guerra passa em frente ao Palácio do Planalto

Mas vice-líder do PSL diz que evento não tem relação com atividades do Congresso. Desfile ocorreu no dia da votação da PEC do Voto Impresso.

Partidos de oposição criticaram o desfile de tanques e armamentos das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios, área central de Brasília, na manhã desta terça-feira, 10.

Os partidos afirmaram que o presidente Jair Bolsonaro faz uso político do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para pressionar o Legislativo na votação da proposta que torna obrigatório o voto impresso - Proposta de Emenda à Constituição 135/19.

Deputados e senadores de diversos partidos protestaram em frente ao Congresso Nacional e fizeram discursos contra o evento no Salão Negro.

O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo, PSB-RJ, afirmou que a situação política é muito grave, pois Bolsonaro ameaça a democracia.

O líder da Oposição, deputado Alessandro Molon, PSB-RJ, afirmou que os tanques na Esplanada não vão constranger a Câmara na votação marcada para a tarde.

Segundo ele, a maior resposta será a derrota da PEC em Plenário. “A Câmara não aceita ameaças, chantagens e intimidações. Nunca foi visto um ato desses desde a redemocratização”, criticou Molon.

O deputado Kim Kataguiri, DEM-SP, por sua vez, disse que o evento patrocinado por Bolsonaro é uma demonstração de fraqueza do governo e ressaltou que os deputados não aceitam nenhuma forma de ameaça ao Parlamento. 

“Com tantas maneiras de aperfeiçoar o sistema eleitoral, o presidente quer contagem manual de votos físicos. Nossa resposta será altiva e envolve diversos partidos políticos”, disse Kataguiri.

O deputado Paulo Pereira da Silva, Solidariedade-SP, também criticou Bolsonaro e afirmou que o país hoje é motivo de vergonha no mundo inteiro, na medida em que usa tanques para intimidar o Congresso.

“Com blindado ou sem blindado, Bolsonaro será derrotado”, afirmou o parlamentar, referindo-se à votação da PEC do Voto Impresso no Plenário da Câmara nesta tarde.

O vice-líder do PSL Coronel Armando, PSL-SC, afirmou que o evento mostra que o presidente Bolsonaro prestigia as Forças Armadas e não tem nada a ver com as atividades políticas do Congresso Nacional.

“Estão passando aqui e seguem para Formosa, GO. Só vemos tropas nas ruas no Dia da Independência, mas não há nada de anormal nisso, que é defender o Brasil. Não tem nada a ver com atividades políticas. Alguns partidos vão até ao STF criando situações que não existem”, explicou o parlamentar.

Na segunda-feira, 9, o presidente da Câmara, Arthur Lira, PP-AL, considerou uma "trágica coincidência" a manifestação ocorrer no mesmo dia em que a Câmara pautou a PEC do Voto Impresso.

A PEC foi rejeitada pela comissão especial na última sexta-feira, 6, mas como os pareceres das comissões especiais de PECs não são terminativos, Lira decidiu levar o assunto ao Plenário. A PEC vai à votação ainda hoje. (Fonte: Agência Câmara de Notícias).

Fonte: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

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