Aparte
Opinião - A Cultura como projeto de Estado

[*] Neu Fontes

“É preciso que os gestores políticos, comunidade artística e cultural tenham lucidez e bom senso para entender o papel da Cultura”

Sergipe tem que ser capaz de enfrentar os desafios do milênio. A Cultura precisa ser tratada como projeto de Estado e não como mero processo de Governo. Faz-se necessário aumentar a capacidade do Estado no enfretamento do aumento da capacidade do cidadão de pensar e de compreender o mundo.

Precisamos planejar programas e ações que construam um desenvolvimento sustentável, sólido e irreversível para a Cultura. O ex-ministro da Cultura Juca Ferreira afirma que “a Cultura não pode ficar de fora do projeto de construção do país democrático, plural e tolerante”.

Estou de pleno acordo. A criatividade superou sempre as nossas condições econômicas e sociais. O rico patrimônio material e imaterial sergipano e a nossa diversidade cultural são um ativo econômico de alto valor.

E como podemos disponibilizar plenamente o acesso dessa riqueza à população sem que façamos nele investimento? Nesse momento histórico e complicado em que vivemos, não temos como pensar em Estado forte sem passar pelo desenvolvimento cultural.

Por entender assim, a Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe vem fazendo um trabalho de gestão pautada na democracia e na transparência, sem política de balcão de negócio, oportunizando, valorizando e priorizando a cultura e a arte local.

E em busca de recursos para dar continuidade e ampliar às ações em 2018 é que fomos a Brasília participar de inúmeras reuniões com parlamentares da bancada de Sergipe, sempre em nome do secretário João Augusto Gama.

Visitamos o senador Antonio Carlos Valadares e o deputado Valadares Filho, e mostramos a eles a necessidade do apoio de todos e saí de lá com a promessa dos dois de um apoio incondicional ao IV Encontro Nordestino de Cultura, já que a ideia do Encontro surgiu de um projeto do senador Valadares ainda em 2014 e contou com o apoio de emendas desses dois parlamentares nos dois primeiros anos do Encontro.

Do deputado Fábio Mitidieri, que é um entusiasta dos festejos juninos, tivemos apoio ao Encontro Nordestino e aos arraias de bairros. O senador Eduardo Amorim afirmou que vem apoiando as bandas de música e fanfarras do Estado, que constituem a base da música sergipana.

A Eduardo, solicitamos a ampliação e que possamos apoiar o Projeto Leozírio Guimarães para alcançar um maior número de bandas do Estado, e recebi dele a certeza de que irá estudar junto com sua técnica uma forma de ampliação do projeto com um maior número de recurso.

O deputado Adelson Barreto deu indicações de que tem como apoiar através do Ministério das Cidades algumas obras e projetos, como o Gonzaguinha, que fica no Núcleo do Espaço Cultural O Gonzagão.

Tivemos, também, reunião com o deputado federal Fábio Reis, que irá colocar verba em alguns projetos e será o porta-voz do Governo. Por último, estivemos com o líder do Governo no Congresso Nacional, o deputado André Moura, que se colocou à disposição na liberação de recursos para os projetos da Cultura Popular Luiz Antonio Barreto.

Isso alcançará a mais de 100 grupos e mais se 30 mestres da cultura popular, assim como ao Encontro Nordestino de Cultura, além de ser o nosso interlocutor junto ao Minc para liberação recursos em torno de R$ 2,7 milhões para ações da Secult.

Estivemos com as assessorias dos deputados João Daniel, Jony Marcos e Laércio Oliveira, que tinham recebido orientações dos parlamentares de que nos recebessem e encaminhassem as solicitações para que em março, momento em que se abre o “Sincov” fossem colocadas as nossas reivindicações.

Precisamos desses recursos, e sabemos que a cada centavo investido em cultura economizaremos centenas de reais no gasto com a segurança e na saúde. A cultura é a economia que mais cresce no mundo. No Brasil, ela já é 5,2% do PIB e mais de 5% do emprego formal.

Em Sergipe, não temos esses indicativos, mas podemos estimar que seguem o mesmo gráfico. As condições de fortalecer a atividade econômica cultural, gerando renda e ocupação, estão postas. E, finalizando, é preciso que os gestores políticos, comunidade artística e cultural tenham lucidez e bom senso para entender o papel da cultura.

[*] É superintendente Executivo da Secult/SE e músico.