Aparte
Opinião - Como parar o deputado federal Artur Lira e o PP

[*] Rômulo Rodrigues

Domingo, dia 5 de junho, já está marcado no calendário brasileiro como uma data a não ser esquecida como a de uma grande tragédia ambiental e humana. Dia em que foi feito o que Bolsonaro propôs em campanha e foi legitimado por 57,5 milhões de votos.

Sem um programa de governo, apenas propagando o ódio, especialmente contra povos indígenas, defensores do meio ambiente e da floresta amazônica, o crime hediondo contra Bruno e Dom chocou o mundo, reafirmando que essa será uma ameaça constante para todos que se oponham às ações de mineradores, madeireiros e expansionistas do agronegócio.

Essa é a face demoníaca apresentada à nação por um governo militar dos mais desclassificados e entreguistas que primam em atacar a democracia e subjugar o povo brasileiro.

Na execução do projeto de destruição da então 6ª economia do mundo está sendo legitimada pelo legislativo a prática de atos autoritários que nem a ditadura militar ousou praticar tão escancaradamente para fazer do país soberano e democrático, uma colônia do império.

O monstro, que parecia ser o monstro, não é mais. Sutilmente, deu lugar a outro muito mais perigoso, que vai destruindo o país, em doses homeopáticas, deixando como bobo da corte o Messias, enquanto assume o protagonismo real, na figura do deputado federal Artur Lira, do PP de Alagoas.

A sociedade civil ainda não se deu conta de assumir o seu papel sobre o que alertou o jornalista Luis Nassif em seu blog, Jornal GGN, quando fez um chamamento de que é preciso deter Artur Lira.

O ato mais perigoso praticado por Lira foi feito no plenário da Câmara dos Deputados com ameaças de cassar os mandatos do deputado federal do PSOL Eduardo Braga e da deputada Gleisi Hoffman, presidente nacional do PT, por discordarem dele em debate.

Como ninguém se mexeu para atacá-lo no seu ponto fraco, sua base eleitoral, ele vai avançando na intimidação aos seus pares e cometendo o crime maior que é legitimar pelo Legislativo o fatiamento total da Petrobras e aprovar uma PEC que lhe dá o poder de dizer se acata ou revoga qualquer votação do pleno do STF contra a corja do centrão que não seja por unanimidade.

Nesse dia 5 de junho, ainda sem saber dos crimes, participei de uma reunião com velhos companheiros de lutas renhidas e propus uma tática de como atacar o perigoso deputado alagoano.

Sugeri que o primeiro passo seria fazer uma análise do mapa eleitoral da eleição de 2018, que distribui a todos os presentes, em que consta que Lira foi eleito como segundo deputado federal mais votado e único do PP, com 143.858 votos, indicando município por município onde obteve os votos.

O passo seguinte seria formar uma frente parlamentar para ocupar a cada sessão a tribuna da Câmara e falar diretamente aos eleitores de cada município onde ele foi votado, pedindo que prestassem atenção aos malefícios que o deputado estava fazendo a eles próprios e aos demais, e pedindo para além de não renovarem o voto, combaterem qualquer voto nele.

Passados 20 dias, é muito provável que a tática já estivesse provocando uma ameaça real à sua reeleição e já tivesse colocado em alerta o novo ditador de plantão. Como nada foi feito e é muito difícil que os santos juninos possam fazer alguma coisa, o recurso é recorrer a João Guimarães Rosa: “O que a vida quer da gente é coragem”!

[*] É sindicalista aposentado e militante político.

 

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