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Jozailto Lima

É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Mês de março acende alerta sobre a saúde feminina
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Hortênsia Maia: “A importância desse momento é justamente o combate de um câncer prevenível”

Março - Amarelo ou Lilás - é o mês da mulher e reúne datas que alertam para a saúde feminina, como a prevenção ao câncer do colo do útero e à endometriose. 

Campanhas marcam a necessidade de as mulheres realizarem ações preventivas a fim de eliminarem essas doenças preveníveis.

A médica ginecologista Hortênsia Maia de Araújo, pós-graduada em Terapia Sexual, diz que esse mês é a oportunidade ideal para mobilizar a opinião pública de forma efetiva em torno desses problemas e, assim, fazer com para que as ferramentas disponíveis para sua erradicação sejam aplicadas.

“A importância desse momento é justamente o combate de um câncer prevenível, curável, mas que apresenta alta morbidade e mortalidade. A prevenção se faz através da vacina quadrivalente contra HPV - prevenção primaria - e exames de rastreamento com teste do HPV - prevenção secundária”, explica Hortênsia Maia. 

De acordo com ela, no Brasil, o câncer do colo uterino ocupa o terceiro lugar entre as neoplasias malignas – ou seja, os cânceres - entre as mulheres, e o quarto que mais mata, indicando alta mortalidade. “É um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, mesmo sendo um câncer prevenível e curável”, ressalta.

A médica ginecologista Marina de Pádua Nogueira é especialista em ginecologia oncológica, professora da Universidade Federal de Sergipe e da Universidade Tiradentes e estudiosa da área de endometriose, doença crônica caracterizada pela presença de tecido funcional do endométrio fora da cavidade uterina que ela define como enigmática e multifatorial.

“Sua etiopatogenia ainda não está bem estabelecida, porém as evidências indicam a combinação de fatores genéticos, hormonais e imunológicos. Infelizmente, ainda não existem métodos determinados que nos fazem prevenir a doença. Alguns estudos falam em boas práticas de saúde, como atividade física, ingestão de alimentação saudável e baixa ingestão de bebidas alcoólicas”, afirma Marina Nogueira.

Marina Nogueira: “Período serve para levar informação à sociedade sobre o que é a doença”

Mas o que é bem sabido é que ela afeta de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Destas, 35% apresentam infertilidade, 70% apresentam dor pélvica crônica. “A recorrência da dor é comum após a interrupção do tratamento clínico”, ressalta.

A médica destaca que o quadro clínico da paciente com endometriose é bastante variável, o que pode dificultar o diagnóstico. 

“A paciente pode ser assintomática, referir apenas infertilidade ou ter sintomas como dismenorreia severa, principalmente progressiva, dispareunia profunda, dor pélvica crônica, sintomas urinários ou evacuatórios perimenstruais. Mas nem toda paciente que tem cólica na menstruação tem suspeita ou tem endometriose”, esclarece.

Por isso, para o diagnóstico preciso, os médicos usam a ultrassonografia com preparo de intestino e a ressonância magnética. “A confirmação diagnóstica é através do estudo anatomopatológico realizado através de cirurgia, geralmente laparoscópica”, acrescenta, 

Já a cura é muito difícil, porém pode existir sim. “Na maioria das vezes o que procuramos fazer é aliviar ou reduzir a dor (e outros sintomas); diminuir o tamanho dos implantes; reverter ou limitar a progressão da doença; preservar ou restaurar a fertilidade; evitar ou adiar a recorrência da doença”, reitera.

Marina chama a atenção para os sinais dados pela doença, pois é possível descobri-la mais rapidamente, tornando o tratamento muito mais efetivo. “A Campanha Março Amarelo foi criada com o intuito de conscientização sobre a endometriose. O período serve para levar informação à sociedade sobre o que é a doença e sobre como ela pode ser descoberta e controlada”, completa.

 

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