CPI da Pandemia ouviu, nesta sexta, os médicos Ricardo Ariel Zimerman (gravata listrada) e Francisco Eduardo Cardoso Alves (de azul)
Em depoimento de mais de oito horas à Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia nesta sexta-feira, 18, os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves ressaltaram a importância do chamado tratamento precoce para a Covid-19 numa audiência marcada pela ausência dos senadores de oposição.
Por sua vez, os senadores da base do governo que integram o colegiado, em entrevista coletiva depois do encerramento dos trabalhos, classificaram a audiência como proveitosa e reveladora dos rumos da Comissão de Inquérito.
“Foi um momento importante de ouvir o outro lado, porque até agora a gente tem ouvido muitos que estão negando o tempo todo qualquer tipo de tratamento na fase inicial da doença”, declarou o senador Marcos Rogério, DEM-RO, que comemorou a participação de mais de 15 senadores através do acesso remoto.
O senador Eduardo Girão, Podemos-CE, classificou como “patético” o início da sessão, caracterizado pela retirada de senadores que, segundo ele, até então eram notáveis por suas “inquisições pesadas e agressivas”.
Ele disse que o episódio ressalta a queda da narrativa que norteia a CPI. “Que medo se tem em relação a isso? O Senado prestou hoje um grande papel para a sociedade”, afirmou.
Só depois de muita insistência os parlamentares da base do governo conseguiram fazer ouvir o “outro lado da moeda”, segundo Girão. No mesmo sentido, o senador Luis Carlos Heinze, PP-RS, disse que a CPI parecia teimar em não ouvir profissionais representativos como Zimerman e Cardoso.
“Nossos oponentes fugiram do debate. Seria a hora de questionar os quatro médicos que temos na Comissão: por que não vieram debater?”, indagou.
Para o senador Jorginho Mello, PL-SC, os convidados foram corajosos e falaram com segurança. “Se mais atenção fosse prestada a médicos como esses, o Brasil teria diminuído o número de pessoas que se foram”, avaliou.
Na sequência da entrevista coletiva, o médico Ricardo Ariel Zimerman agradeceu a oportunidade proporcionada pela Comissão de Inquérito, mas condenou a quantidade de “assassinato de reputações” que se deu em torno da pandemia.
Francisco Eduardo Cardoso Alves criticou a politização do tratamento, que tem custado vidas e atrapalhado o dia a dia dos médicos. “A disputa política tem que ficar de um lado, e a medicina tem que ficar do outro. Essa mistura não está dando certo”, definiu. (Agência Senado).
Foto: Waldemir Barreto
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